Queridos paroquianos,
Estando ainda nós privados da Santa
Missa comunitária, devido ao segundo confinamento e, estando nós também nesta Quaresma,
tempo privilegiado para fomentar a oração, a meditação da Palavra de Deus, a
caridade e a partilha, em vista da nossa conversão e santificação, achei por
bem, começar a elaborar este pequeno boletim, com o desejo de que seja um meio
de fomentar o anúncio da Palavra de Deus, a comunhão e a formação cristã de
todos os paroquianos. Este singelo boletim chama-se “o Caminho” porque o
Cristianismo no seu início chamava-se precisamente o “Caminho” ou a “Via”,
conforme nos conta o livro dos Actos dos Apóstolos. O próprio Jesus apresenta-Se
como “O Caminho” (Jo 14,6). Além disso, toda a vida cristã consiste num caminho
de fé, de conversão, de santificação, de imitação de Jesus, rumo ao calvário e à
Vida Eterna, porque o cristão é uma pessoa inacabada, chamado à perfeição, pela
união com Deus, que se realiza pela oração e de modo mais profundo pelos
sacramentos.
Neste terceiro domingo da Quaresma, escolhemos as leituras do ano litúrgico A e não do ano B, conforme permite a liturgia da Igreja, porque é um texto muito significativo para o nosso crescimento espiritual. O diálogo de Jesus com a Samaritana insere-nos no essencial da Revelação cristã, mostrando-nos que ninguém poderá professar a fé n’Ele, como Filho Unigénito de Deus e Salvador, se não enveredar por um caminho de conhecimento de Deus e não receber a graça do Espírito Santo, por meio de Cristo. Se não vejamos: Jesus, para a mulher de Samaria, primeiro era um judeu qualquer, a seguir já era um profeta e, por fim, o Messias ou o Filho de Deus. Ora, a samaritana chegou a esta verdade, porque Jesus lhe comunicou a graça do Espírito Santo pela Sua Palavra de luz e pelo encontro com Ele. A samaritana ficou cheia do Espírito Santo e de alegria, indo imediatamente a anunciar a sua descoberta aos homens da sua cidade. Assim, acontece com todos aqueles que encontram Jesus; têm que O anunciar aos outros. A samaritana renasceu para uma vida nova. Contudo, percebeu bem a pedagogia de Jesus e o caminho de descoberta que percorreu. E assim, vai estimular a procura do Messias aos homens da sua terra, dizendo-lhes não que encontrou o Messias, mas que encontrou “um homem, que lhe disse tudo o que ela fez”. E então, eles, curiosos, vão ao encontro do Senhor, ficam com Ele dois dias, acabando por fazerem também o mesmo caminho de descoberta, tal como aquela mulher, até culminarem na profissão de fé em Jesus Cristo.
Por conseguinte, irmãos, ser cristão é
ser discípulo. E o discípulo é precisamente aquele que está todos os dias com o
seu Mestre e este, por sua vez, concede-lhe o dom mais excelente de todos: O
Espírito Santo, a “água viva”, que sacia a sede de Deus, de felicidade, de paz
e de vida eterna. Nesta Quaresma, façamos, portanto, o propósito de valorizar
mais a oração, a leitura da Bíblia, sobretudo do Evangelho, a visita a Jesus no
sacrário e a recepção fervorosa dos sacramentos da Confissão e da Eucaristia.
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